segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

:: Se os EUA Querem Ser o Wikileaks, Podem.



:: Você ainda não sabe quem é Valerie Plame Wilson. Mas nos EUA, qualquer cidadão um pouco mais interessado em relações internacionais já a conhece desde 2003. Valerie é conhecida por ser uma esposa dedicada, uma mãe amorosa e - agora - sua antiga vida profissional é de conhecimento público. Valerie Plame costumava ser uma espiã da CIA até ser traída pelo próprio governo.

Valerie era uma NOC (Non-Official Cover), o verdadeiro tipo de espião que age infiltrado para sempre e sem apoio que, caso seja capturado, os EUA não tem nenhuma obrigação de reclamar como seu agente e pode deixá-lo para apodrecer na cadeia ou ser executado sem ressentimentos de ambas as partes. Mas trairagem não fazia parte do contrato.

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Tudo porque Valerie cometeu um pequeno engano - se apaixonou e casou com um ex-diplomata e político honesto, Joseph Wilson. Um cara qu teve a pachorra de escrever um op-ed para o The New York Times alegando que segundo suas investigações o Iraque não tinha a capacidade de longe de fabricar ou comprar armas de destruição em massa - argumento que levou à Guerra do Iraque. Segundo Wilson, o governo estava manipulando e exagerano as informações para forçar a invasão.

Desnecessário dizer que os Republicanos se enfureceram com Joseph Wilson e tentaram derrubá-lo de qualquer jeito. Não achando um bom caminho, foram atrás da mulher dele vazando para jornalistas sua verdadeira identidade, seus contatos, suas missões e pondo em risco toda a rede de espionagem que dependia dela. De repente, Valerie Plame era a espiã mais famosa dos EUA sendo que nem mesmo sua família desconfiava. Mesmo protegida pelo Intelligence Identities Protection Act, a CIA queimou sua operativa e quase destruiu sua família sem pensar duas vezes. A ordem, claro, veio de cima, de Dick Cheney ('memba him? Ex-vice-presidente, acusado de suborno na Nigéria?).

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Óbvio, sem emprego, sem carreira e sem contatos na comunidade de inteligência, Valerie fez a única coisa que podia para garantir seu futuro - vendeu a história para Hollywood. O filme de sua vida, estrelado por Naomi Watts e Sean Pean (que faz Joseph) deve estreiar no Brasil em breve. Se me perguntar, é o que Julian Assange do Wikileaks deveria estar fazendo NESTE momento.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

:: WikiLeaks Won't Go Anywhere, Folks!



:: Este ano na política internacional pertenceu a Julian Assange.
Ativista digital, hacker, terror dos países e corporações com segredos a proteger. Completamente Louco, se me perguntar.

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Depois do vídeo Collateral Murder, que mostra o massacre de inocentes por um helicóptero Apache americano, da liberação de arquivos secretos sobre a Guerra do Afeganistão, depois o despejo de todas as atividades americanas na Guerra do Iraque, o seu site WikiLeaks desferiu semana passada mais um golpe contra os EUA, com o mais do que comentado CableGate - os milhares de telegramas trocados entre as embaixadas dos EUA revelando que alguns diplomatas não deveriam se envolver em espionagem e não passam de velhotas fofoqueiras. Deixem isso para os profissionais.

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Até o momento, todas as vezes que os países envolvidos e instituições vazadas (até mesmo cultos religiosos como a Cientologia, etc) tentaram bater em Assange, ele revidou mais forte. A questão é até quando ele poderá aguentar nesse ritmo sem ser assassinado ou ter sua vida destruída. E quem acompanha a trajetória do seu site com atenção há muito tempo se pergunta o que ele vai fazer a seguir.

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E se você acha que já ouviu coisas demais sobre o CableGate e não entende porque a pressão internacional para derrubar o site mesmo que várias cópias dos teçegramas já tenham sido feitas, a novela ainda está longe de acabar. Dos 250 mil documentos liberados até agora somente 600 vieram a público.
 
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