quarta-feira, 16 de março de 2011

:: Don't Send a Soldier Make a Job For Spies



:: Raymond Davis, um americano de 36 anos dirigia tranquilamente pela rua quando foi abordado por duas estranhas figuras que pareciam, supostamente, querer assaltá-lo. Esse acontecimento gerou a maior crise diplomática (e criminal) dos últimos anos.

--xx--

Porque Raymond Davis é um mercenário com ligações com a Xe Services (ex-Blackwater). Contratado pela CIA. Dirigindo pelas ruas do Paquistão. Num lugar onde não deveria estar. Provavelmente localizando lugares para ataques de Drones. E Raymond Davis matou os dois atacantes a tiros de Beretta.

Um espião experiente teria lidado com a situação e sumido nas sombras através de seus contatos. Mas um soldado só sabe matar e cumprir ordens confiando que seus superiores vão resolver pequenas tecnicalidades como abate de seus cidadãos por estrangeiros.

--xx--

Não é surpresa que a população do país trate soldados de aluguel como Davis iguais a leprosos, por tudo que a Backwater e demais empresas de guerrilha privada já aprontaram no Oriente Médio e Asia, enquanto o pessoal em Washington enaltece seu suposto "Diplomata" e pede sua imediata libertação porque, vocês sabem, não importa o que mercenários da CIA façam - eles tem que ter imunidade.

--xx--

Depois de toda uma campanha para julgar e condenar Davis por assassinato e acalmar o clamor do povo, ele acaba de ser libertado pelo Paquistão após "as famílias dos dois homens mortos declararem solenemente que concediam seu perdão" - claro, após serem separadas dos seus advogados (que foram detidos por 4 horas) e receberem pressão dos representantes americanos . Uma compensação de 700 mil dólares por família, soma que um Paquistanês médio não juntaria em duas encarnações, certamente ajudou bastante.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

:: Um Álbum às Quintas


:: Ok, é mentira. Este não é um Um Álbum às Quintas. Está mais para Um Monte de Músicas de Diversos Álbuns às Quintas.

Explico.

Era uma vez uma banda de NY que se chamava "Are You My Mother?" criada por dois amigos chamados Adam Schlesinger and Chris Collingwood. Depois de algum tempo trocando para nomes cada vez mais ridículos, um sucesso escrito por Schlesinger toma conta das rádios dentro e fora do EUA e ainda recebe uma indicação ao Oscar por ser a trilha sonora do homônimo filme "That Thing You Do", com Tom Hanks. Nessa época, os integrantes chegam ao derradeiro nome e identidade musical - Fountains Of Wayne.


O grupinho de Power Pop Rock lança a partir daí alguns álbuns de relativo ou grande sucesso com uma penca de músicas bacanas que, de tão espalhadas pela obra, não deixam que eu escolha apenas um álbum. Eu sei que vocês conhecem "Stacy's Mom", "Hey Julie" ou a favorita da séries enlatadas, "All Kinds of Time" mas confie em mim - da próxima vez que você quiser um rockinho desses mais pra The Magic Numbers do que pra Greenday (numa escala pretensiosidade), aponte para seu programa favorito de download de mp3s, digamos que seja o iTunes (aham...), e crie uma hitlist (não necessariamente) nessa ordem:

- Maureen
- The Girl I Can't Forget
- I Know You Well
- Bright Future On Sales
- All Kinds Of Time
- Hey, Julie
- It Must Be Summer
- Hackensack
- You Curse At Girls
- Too Cool For School
- Halley's Waitress



sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Government Change. The Lies Stays The Same


:: Ok, Hosni Mubarak é feio, chato e bobo. Neste ponto todos concordamos. Vemos as revoltas populares pela TV, as reportagens dramáticas, os políticos preocupados e os EUA - sempre eles - tentando mediar uma transição pacífica de 30 anos de ditadura para... para o que, mesmo?

No Xadrez às vezes temos que ceder nossa peça mais preciosa quando queremos ganhar o jogo. Uma lição que um mestre enxadrista tentou me ensinar mas falhou miseravelmente. Talvez por isso, nunca consegu vencê-lo. Com a experiência, você percebe que Política e Espionagem nada mais são do que partidas de Xadrez on crack.

A CIA diz que não tem nada a ver com isso, inclusive afirma que já havia cantado essa pedra há muito tempo e que Obama foi que engoliu barriga. Então, porque seus agentes secretos estão conversando com líderes do quebra-quebra desde o final de 2008, segundo o Wikileaks?

Uma revista brasileira, e quando digo "revista brasileira" quero dizer a VEJA, reporta que os confrontos foram arquitetados por Radicais Islâmicos. Se formos analisar pela reação do líder religioso Aiatolá Khamenei do Irã, que andou dizendo venenosamente que "Mubarak traiu seu próprio povo" ela poderia estar perto da verdade. Como alguns sabem, Israel e Egito não são exatamente amigos e já se estranharam no passado várias vezes e com uma vitória esculachante de Israel praticamente por WO. Mubarak, segundo detratores, estaria traindo o movimento e se aproximando um pouco demais dos judeus.


O que realmente se sabe é que as relações entre os serviços secretos americanos e governantes do Egito sempre foram de uma canalhice engraçada, uma coisa muito parecida com a proverbial mulher de malandro. Pela frente a CIA diz que protege e por trás... bom, só com KY pra aguentar todas as vezes que Abdel Nasser, Anwar Al-Sadat e Mubarak tomaram em seus respectivos traseiros. Mas sempre com amor, claro. Tough love, como dizem.

Então, se Mubarak cair, que governará o Egito? Se depender do lobby americano, a sucessão caberá a Omar Suleiman, o Vice-Presidente. Até aí, nenhum grande problema. Se Suleiman não fosse ex-chefe do EGID, onde ficou 8 ANOS na função, se tornando o mais poderoso Espião-Chefe do mundo, superando até os chefes do Mossad de Israel no Oriente-Médio. E, claro, está na folha de pagamento da CIA desde seu os sequestros de suspeitos de terrorismo para serem torturados no Egito sob sua batuta.

Mas, ops, esquecemos.
A CIA já jurou que não tem nada a ver com isso.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

:: Neste Reino Quem Manda é o Príncipe.


:: Mesmo distante, é muito fácil saber quem os EUA consideram inimigos de ocasião apenas ligando a TV a Cabo. Eles estão lá na HBO, no Telecine, na FOX ou na Warner. A indústria cinematográfica usa seu lobby e poder de broadcast para dizer ao público - "esses são nossos problemas". Se nos anos 80 os adversários eram sempre terroristas líbios, nos anos 90 eram traficantes de drogas e na década passada a bola da vez foram os árabes e os persas, uma ameaça à paz no mundo vem sendo tratada de modo especialmente venenoso mas, curiosamente, com muito pouco impacto na cultura popular - Exércitos de Aluguel. Comece a prestar atenção em filmes/séries como "State of Play", "A-Team" ou "24", "The Unit" e "Jericho".



E, pelo menos dessa vez, há um bom motivo para isso - assim como contratos de espionagem privada já representam dois terços do orçamento de inteligência americana, no âmbito militar negócios milionários e poder sem igual vem sendo dado a corporações paramilitares que, sendo empresas, seu único objetivo é o lucro e não necessariamente o fim de um conflito. O exemplo mais famoso é a BlackWater Worldwide.



Fundada por Erik Prince, de família rica mas treinado como Navy SEAL, a Blackwater faz parte da força de manutenção de guerra em praticamente qualquer conflito em que os EUA estejam metidos arrecadando desde 2001 600 milhões de dólares em contratos com a CIA, 488 milhões em contratos com Departamento de Estado e estavam na força-tarefa do furacão Katrina custando em torno de 240.000 dólares por dia aos cofres públicos. Por seu maquinário e poder de fogo a Blackwater é considerada a empresa de mercenários mais poderosa do mundo.

Até aí, nada de mais. Não fosse o fato da Blackwater (como todas as outras) ter a mentalidade das empresas automobilísticas da década de 80 - muito trabalho e pouco investimento na qualidade. Em outras palavras - seu exército é formado pelo refugo do refugo militar americano. Tudo aquilo que a Marinha cuspiu de suas fileiras ou que serviu o exército apenas para conseguir dar baixa e entrar numa dessas firmas. O resultado não poderia ser diferente - assassinato, massacres, ações ilegais sem direito a perseguição legal dos envolvidos e o ódio anti-americano gerado pelas incursões no Iraque, Afeganistão, Paquistão e - agora - na Somália. Em alguns países em conflito a Blackwater já foi proibida de botar os pés pelo caráter duvidoso de toda a corporação.



A empresa virou um embaraço pro governo estaduniense que apesar de levá-la ao Congresso várias vezes para se explicar, muito pouco pôde fazer e até mesmo Barack Obama, que não tinha nada a ver com o assunto, está pagando o pato e a língua pois acaba de deixar a CIA assinar mais de 100 milhões de dólares em novos acordos com a empresa, que mudou seu nome para Xe Services. É como diria Prince, aquele outro, you don't have to be cool to rule my world.
 
BlogBlogs.Com.Br